Raizes Comeco Meio Comeco (2) (1)

Cerca de&nbsp;18 artistas negros&nbsp;brasileiros participam da exposi&ccedil;&atilde;o itinerante &lsquo;Ra&iacute;zes: Come&ccedil;o, meio e come&ccedil;o&rsquo;, em cartaz at&eacute;&nbsp;31 de outubro&nbsp;no sul da&nbsp;Fran&ccedil;a, na cidade portu&aacute;ria de Marselha. A mostra integra a &lsquo;Temporada do Brasil na Fran&ccedil;a 2025&rsquo; e re&uacute;ne obras in&eacute;ditas entre&nbsp;pinturas, esculturas, instala&ccedil;&otilde;es, fotografias e performances.&nbsp;
A&nbsp;vernissage&nbsp;oficial do evento aconteceu no&nbsp;Espaces d&rsquo;Exposition de la Mairie des 9/10, com a performance especial &lsquo;Or&iacute;&rsquo;, assinada pelo artista visual&nbsp;M&aacute;rio Vasconcelos.&nbsp;
Sob curadoria de&nbsp;Jamile Coelho&nbsp;e&nbsp;Jil Soares, &lsquo;Ra&iacute;zes: Come&ccedil;o, meio e come&ccedil;o&rsquo; &eacute; um convite para conhecer a produ&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica negra afro-diasp&oacute;rica contempor&acirc;nea e estabelecer conex&otilde;es entre a&nbsp;di&aacute;spora africana no Brasil e a comunidade francesa.&nbsp;
&ldquo;Os fortes la&ccedil;os com &Aacute;frica marcada por uma cultura ancestral de resist&ecirc;ncia seguem partilhados no &acirc;mbito da Temporada Brasil Fran&ccedil;a 2025. A mostra Ra&iacute;zes vem refor&ccedil;ar este di&aacute;logo&rdquo;, destaca&nbsp;Robson Bento Outeiro, coordenador executivo da &lsquo;Temporada Brasil Fran&ccedil;a 2025&rsquo;.
Marcando os primeiros passos da internacionaliza&ccedil;&atilde;o do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), a mostra re&uacute;ne os&nbsp;18 artistas&nbsp;em uma exposi&ccedil;&atilde;o singular, s&atilde;o eles:&nbsp;Anderson Cunha, Eder Muniz, Goya Lopes, Gustavo Ara&uacute;jo, JeisiEK&ecirc; De Lundu, Jess Vieira, J&uacute;nior Pakapym, Leandro Estevam, Ludimila Lima, Luisa Magaly, M. Dias Preto, M&aacute;rio Vasconcelos, Meneson Concei&ccedil;&atilde;o, N&aacute;dia Taquary, Rynnard, Sandro Ay&ecirc; e Tina Melo.
Inspirado nas reflex&otilde;es do fil&oacute;sofo e escritor&nbsp;Nego Bispo, que defende que&nbsp;&ldquo;somos come&ccedil;o, meio e come&ccedil;o&rdquo;, o projeto mobiliza artistas de gera&ccedil;&otilde;es distintas em torno das&nbsp;filosofias africanas, que concebem&nbsp;o tempo como c&iacute;clico, desafiando a vis&atilde;o linear e predominante do pensamento ocidental.&nbsp;
&ldquo;Ao reunir artistas negros de diferentes gera&ccedil;&otilde;es, mostramos que tradi&ccedil;&atilde;o e contemporaneidade n&atilde;o se op&otilde;em, mas se entrela&ccedil;am como continuidade viva, onde passado, presente e futuro se reconhecem e se transformam&rdquo;, explica a curadora&nbsp;Jamile Coelho.
A mostra tamb&eacute;m estabelece um&nbsp;panorama da produ&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica negra contempor&acirc;nea&nbsp;no Brasil, ancorada em Salvador, considerada a cidade mais negra fora do continente africano e&nbsp;ber&ccedil;o das culturas afro-diasp&oacute;ricas nas Am&eacute;ricas.
Projetando o&nbsp;MUNCAB&nbsp;como um dos p&oacute;los da arte negra contempor&acirc;nea&nbsp;no mundo, sendo o &uacute;nico museu do Norte e Nordeste presente na&nbsp;&ldquo;Temporada do Brasil na Fran&ccedil;a 2025&rdquo;, a exibi&ccedil;&atilde;o visa ampliar o di&aacute;logo sobre mem&oacute;ria, resist&ecirc;ncia e descoloniza&ccedil;&atilde;o dos olhares art&iacute;sticos, nesta etapa,&nbsp;no eixo sul internacional.&nbsp;
Ainda mais especial, a expografia de &lsquo;Ra&iacute;zes&rsquo; traz a assinatura de&nbsp;Gisele de Paula, respons&aacute;vel pela 36&ordf; Bienal de S&atilde;o Paulo, com montagem realizada pela&nbsp;RCD Produ&ccedil;&atilde;o de Arte.&nbsp;
<h3 dir="ltr">Mais informa&ccedil;&otilde;es: &lsquo;Or&iacute;&rsquo;, de M&aacute;rio Vasconcelos&nbsp;</h3>
Durante a&nbsp;vernissage, o baiano&nbsp;M&aacute;rio Vasconcelos&nbsp;apresentou a obra &lsquo;Or&iacute;&rsquo;&nbsp;em primeira m&atilde;o, que prop&otilde;e uma&nbsp;&ldquo;encruzilhada t&eacute;cnico-po&eacute;tica&rdquo;&nbsp;entre linguagens art&iacute;sticas.&nbsp;
Tomando o&nbsp;Or&iacute;&nbsp;&mdash; a cabe&ccedil;a, princ&iacute;pio instaurador da exist&ecirc;ncia &mdash; como eixo, o artista incorpora&nbsp;folhas, ervas, fios de contas, cer&acirc;micas e impress&otilde;es do pr&oacute;prio corpo, atravessando-os por modelagem, instala&ccedil;&atilde;o, proje&ccedil;&atilde;o, performance e procedimentos de inspira&ccedil;&atilde;o ritual.
Nascido em Salvador, no bairro de Plataforma, Vasconcelos &eacute;&nbsp;mestrando em Artes Visuais pela EBA-UFBA&nbsp;e professor substituto na mesma institui&ccedil;&atilde;o. Sua pesquisa relaciona os signos da di&aacute;spora africana com a arte contempor&acirc;nea, reinterpretando elementos do corpo afro-diasp&oacute;rico &mdash; social, pol&iacute;tico e cotidiano &mdash; em obras conduzidas pela cer&acirc;mica, que ele considera a &ldquo;semente&rdquo; de sua produ&ccedil;&atilde;o.
Conhe&ccedil;a a &ldquo;Temporada do Ano do Brasil na Fran&ccedil;a 2025&rdquo;
A&nbsp;Temporada do Ano do Brasil na Fran&ccedil;a 2025&nbsp;&eacute; uma iniciativa bilateral de coopera&ccedil;&atilde;o cultural que visa estreitar os la&ccedil;os entre os dois pa&iacute;ses por meio da arte, da ci&ecirc;ncia, da educa&ccedil;&atilde;o e da inova&ccedil;&atilde;o. Com uma programa&ccedil;&atilde;o ampla, espalhada por diversas cidades francesas, a temporada busca destacar a diversidade da produ&ccedil;&atilde;o cultural brasileira e fortalecer di&aacute;logos hist&oacute;ricos, sociais e est&eacute;ticos entre Brasil e Fran&ccedil;a.&nbsp;
No campo das artes visuais, o projeto abre espa&ccedil;o para que institui&ccedil;&otilde;es, coletivos e artistas apresentem suas pr&aacute;ticas em um contexto internacional, ampliando o alcance de suas narrativas e promovendo interc&acirc;mbios que refor&ccedil;am a presen&ccedil;a do Brasil no circuito cultural global.
A exposi&ccedil;&atilde;o &eacute; organizada pelo Governo Franc&ecirc;s, Institut Fran&ccedil;ais, Ville de Marseille, Mairie de Maison Blanche (9e et 10e arrondissements de Marseille), Institut Guimar&atilde;es Rosa &ndash; Minist&eacute;rio da Cultura, Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores atrav&eacute;s do Governo Federal do Brasil e pelo Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira. O projeto tamb&eacute;m conta com patroc&iacute;nio do Banco do Brasil.

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Artistas negros do Brasil expõe obras em Marselha (FR), através da mostra "Raízes: Começo, meio e recomeço"

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