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CRÍTICA: "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" não se prende a sustos e entregar brutalidade e emoção
CRÍTICA: "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" não se prende a sustos e entregar brutalidade e emoção
Por Robson Cobain
18/06/2025 às 20:00

Ainda vivendo os efeitos do vírus que escapou de um laboratório três décadas atrás, a humanidade vive isolada em alguns pontos da terra. Em "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO", Danny Boyler te convida a vivenciar a estratégia de sobrevivência de um dos grupos isolados e também mostra a brutalidade dos zumbis. Será que há uma esperança neste mundo?
A terceira jornada da Franquia "Extermínio" chega 20 anos após seu primeiro filme. Aqui, é perceptível um refinamento na forma de criar a obra e entregar uma experiência ainda melhor para quem vem acompanhando a franquia. Inclusive, o filme consegue surpreender com algumas performances.
Elenco de Ouro em um Cenário Apocalíptico
O grande trunfo de "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" reside, sem dúvida, na performance cativante de seu elenco principal. Entre eles, se destaca Jodie Comer, no papel de Isla. Sua personagem é bastante complexa, com extremos que exigem uma atuação mais apurada. A jornada emocional, que transita da fragilidade à força, é retratada com uma autenticidade que nos prende do início ao fim à ela. Comer entrega nuances impressionantes, tornando a dor, a raiva e a determinação de Isla palpáveis.
Ao seu lado, o jovem Alfie Williams, interpretando o Spike, é uma grata presença. Sua performance mostra o quanto sua escolha foi acertava para a obra, transmitindo a inocência da infância e a dura realidade de uma criança que cresceu em um mundo desolado. A química entre Comer e Williams é o alicerce emocional do filme, e sua relação de protetor e protegida é um dos pontos mais tocantes da narrativa.
Ralph Fiennes, como o enigmático e, até então, perturbador Dr. kelson, é um espetáculo à parte. Fiennes mergulha de cabeça em seu personagem, que teve que saber como um líder com o lado mais sombrio da sobrevivência humana. Sua presença em tela é sempre gratificante e cada cena em que aparece é carregada de momentos marcantes.
Ainda sobre o elenco, Aaron Taylor-Johnson surpreende e apresenta um dos melhores trabalhos de sua carreira. No papel de Jamie, ele mostra que, quando bem direcionado, entrega uma atuação crua, vulnerável e ao mesmo tempo incrivelmente poderosa. Ele não apenas convence como um homem de ação, mas também revela uma sensibilidade em algumas cenas com Alfie, demonstrando um amadurecimento artístico notável.
A Visão Genial de Boyle e Garland
O sucesso de "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" também se deve, e muito, à maestria de Danny Boyle na direção e à inteligência de Alex Garland no roteiro. Boyle, com sua assinatura visual marcante, consegue criar uma atmosfera de constante tensão e desespero, sem abrir mão de momentos de beleza melancólica. Ele sabe como usar a câmera para amplificar a claustrofobia dos ambientes e a brutalidade dos confrontos, mantendo o ritmo acelerado e a adrenalina à flor da pele.
Alex Garland, por sua vez, demonstra mais uma vez seu talento para explorar temas complexos com um roteiro perspicaz e instigante. A narrativa não se limita a sustos baratos, mas mergulha em questões sobre o que significa ser humano em um mundo pós-apocalíptico, a natureza da liderança, o sacrifício e a busca por um novo propósito. Garland tece uma trama que é ao mesmo tempo emocionante e intelectualmente desafiadora, evitando os clichês do gênero e oferecendo uma perspectiva fresca e sombria.
Estética: Um Espetáculo Visceral e Perturbador
A estética de "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" é, por si só, um personagem no filme. Boyle e sua equipe de fotografia criam um visual que é ao mesmo tempo desolador e hipnotizante. A paleta de cores, dominada por tons frios e terrosos, reflete a devastação do mundo, enquanto a iluminação contrastada acentua as sombras e os perigos que espreitam em cada esquina.
A direção de arte e os efeitos visuais contribuem para a construção de um universo crível e aterrorizante, onde a beleza e a podridão coexistem de forma perturbadora. A forma como os "infectados" são retratados, mantendo sua brutalidade visceral, é um testamento à visão incansável da equipe.
Em suma, "EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO" é um triunfo que transcende as expectativas de uma sequência. É um filme que aterroriza, emociona e provoca, impulsionado por performances brilhantes, uma direção impecável e um roteiro inteligente. É uma experiência visceral que nos lembra da fragilidade da civilização e da inquebrantável força do espírito humano, mesmo diante do mais sombrio dos apocalipses. Imperdível para fãs do gênero e para quem busca um cinema que ouse ir além do óbvio.
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