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Crítica: “O Ritual” entrega terror contido e atuações sólidas para contar história real
Crítica: “O Ritual” entrega terror contido e atuações sólidas para contar história real
Por Robson Cobain
30/07/2025 às 11:19

Com estreia marcada para quinta-feira (31), o terror "O Ritual" (The Ritual) traz às telas uma nova abordagem para a história real que inspirou o clássico "O Exorcista". Dirigido por David Midell e com roteiro assinado por ele em parceria com Enrico Natale, o filme se apoia em um caso documentado pela Igreja Católica no início do século XX — o exorcismo de Emma Schmidt, uma das possessões mais notórias já registradas.
A trama acompanha dois padres em fases conflituosas da vida. Um deles, Padre Joseph Steiger, interpretado por Dan Stevens, é um homem de fé abalada e questionamentos internos. O outro, o experiente Padre Theophilus Riesinger, vivido por Al Pacino, carrega a responsabilidade de enfrentar novamente as forças demoníacas que marcaram sua trajetória. Quando Emma (Abigail Cowen) começa a demonstrar sinais de possessão, ambos precisam deixar de lado suas diferenças e conflitos internos para lutar por sua salvação. Também estão no elenco Ashley Greene, Patricia Heaton e Patrick Fabian.
Assim como o clássico que o inspirou, o filme percorre os caminhos típicos do subgênero de exorcismo: ambiente religioso opressivo, uma jovem em estado de tormento espiritual, e a tensão crescente à medida que a presença demoníaca se intensifica. No entanto, por se basear em um caso real, "O Ritual" opta por um tom mais sóbrio e contido, o que confere realismo à narrativa — mas também limita seu alcance dramático e sua capacidade de surpreender.
O grande destaque da produção está no elenco. Al Pacino dá profundidade e autoridade ao papel do veterano exorcista. Já Dan Stevens conduz com competência os conflitos internos de seu personagem, entregando uma performance contida, mas intensa. Abigail Cowen impressiona nas cenas de possessão, mantendo a tensão mesmo sem exageros visuais.
A direção de David Midell é cuidadosa e evita os clichês visuais do gênero. A sequência de exorcismo, por exemplo, é bem construída e equilibrada — tensa, mas sem apelar para efeitos fáceis ou sustos gratuitos. A fotografia escura e a ambientação religiosa reforçam o clima opressivo que permeia o longa.
No fim das contas, “O Ritual” é um filme equilibrado, que cumpre sua proposta de forma honesta, mas sem marcar território no gênero. Sua maior força está no comprometimento com a realidade dos fatos que o inspiraram e na solidez das atuações. Uma obra “ok”, que deve agradar aos fãs de terror tradicional e religiosos curiosos, mas que dificilmente será lembrada como algo marcante.
NOTA: 3.5
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