Marcela Silva   Divulgação (1) (1)

A constru&ccedil;&atilde;o de uma carreira no mundo da m&uacute;sica requer um trabalho para al&eacute;m do talento art&iacute;stico, como a mixagem, capta&ccedil;&atilde;o sonora e divulga&ccedil;&atilde;o. Nesta hora, as gravadoras independentes entram em a&ccedil;&atilde;o, trazendo um aux&iacute;lio &agrave;s vozes emergentes.
Segundo o &uacute;ltimo relat&oacute;rio &lsquo;Loud And Clear&rsquo; do Spotify, cerca de US$ 10 bilh&otilde;es foram repassados &agrave; ind&uacute;stria da m&uacute;sica somente em 2024, e deste valor, os artistas e gravadoras independentes somaram mais de US$ 5 bi em royalties. O fen&ocirc;meno das &ldquo;produ&ccedil;&otilde;es indies&rdquo; (independentes) tem ganhado for&ccedil;a &agrave; medida que os artistas distribuem faixas diretamente dos streamings, deixando de lado os grandes conglomerados.
Na corrida por visibilidade e relev&acirc;ncia, mesmo diante de algoritmos que favorecem artistas vinculados &agrave;s grandes gravadoras, os talentos emergentes t&ecirc;m buscado solu&ccedil;&otilde;es estrat&eacute;gicas para dar manuten&ccedil;&atilde;o e sustento &agrave;s carreiras art&iacute;sticas, garantindo a longevidade e a consolida&ccedil;&atilde;o dos trabalhos profissionais, sem afetar os processos criativos.
Apesar dos desafios constantes relacionados &agrave; produ&ccedil;&atilde;o, divulga&ccedil;&atilde;o e distribui&ccedil;&atilde;o da m&uacute;sica no Brasil, diversos profissionais de A&amp;R (Artistas e Repert&oacute;rio) e gestores de carreira chegaram para somar junto &agrave; nova cena independente. &Eacute; nesse contexto que a empres&aacute;ria Marcela Silva, aos 39 anos, se destacou no mercado da m&uacute;sica, gerenciando atualmente as carreiras de Zai e Cinara, exercendo a fun&ccedil;&atilde;o de booker da banda SAMBAIANA, al&eacute;m de ter atuado com nomes como Duquesa, Melly, Felipe Barros, DJ Gabi da Oxe, Cronista do Morro.
Somando anos de experi&ecirc;ncia frente ao mercado, Marcela explica que trabalhar os processos criativos de maneira sustent&aacute;vel permite que os artistas assegurem sua autonomia, sem depender exclusivamente de hits passageiros ou do merchandising por grandes gravadoras. Dessa forma, construir reputa&ccedil;&atilde;o e identidade art&iacute;stica &eacute; o que garante um crescimento cont&iacute;nuo na vis&atilde;o da especialista, rompendo aos poucos &agrave; bolha do mainstream.
&ldquo;Furar a bolha na ind&uacute;stria da m&uacute;sica &eacute; um processo, eu diria, cont&iacute;nuo. Nesses anos atuando como A&amp;R, produtora executiva, booker e gestora de carreiras, eu tenho observado diversos artistas alcan&ccedil;arem &agrave;s massas, mas como n&atilde;o se firmam entre nenhum p&uacute;blico, rapidamente caem no esquecimento. &Eacute; por isso que, mesmo movimentando quase metade da ind&uacute;stria musical, os m&uacute;sicos independentes precisam de posicionamento, constru&ccedil;&atilde;o de reputa&ccedil;&atilde;o e identidade art&iacute;stica, porqu&ecirc; a tend&ecirc;ncia &eacute; que essa bolha volte &agrave; se fechar. Esse n&atilde;o &eacute; um trabalho para romper com os processos criativos, mas torn&aacute;-los sustent&aacute;veis ao ponto de que o artista &eacute; conhecido e lembrado, mesmo ap&oacute;s anos afastado dos grandes palcos&rdquo;, explica.&nbsp;
Para quem est&aacute; no backstage, Marcela aconselha as gestoras &agrave; diversificar fontes de receita, firmar contratos e fortalecer redes de apoio, com o objetivo de prolongar a vida &uacute;til de projetos art&iacute;sticos que surgem ao longo do caminho. Em um mercado exponencial, mas com menor visibilidade, a produtora cultural reafirma que essas estrat&eacute;gias auxiliar&atilde;o talentos &agrave; explorarem formatos, feats, partners e palcos diversos, sem comprometer &agrave; sustentabilidade das suas carreiras.&nbsp;
Apesar do aquecimento da cena independente,&nbsp;o desafio para muitos artistas ainda &eacute; encontrar a const&acirc;ncia dos seus projetos. Segundo&nbsp;Marcela, a falta de visibilidade e recursos podem desanimar &agrave;s cria&ccedil;&otilde;es, o que necessita de atua&ccedil;&otilde;es mais estrat&eacute;gicas por parte dos bastidores. Sendo assim, organizar agendas, planejar lan&ccedil;amentos, cuidar da imagem e administrar continuamente as carreiras fazem parte da rotina de quem deseja permanecer ativo no mercado,&nbsp;sem abrir m&atilde;o da liberdade criativa.
<div>&ldquo;Gerir uma carreira independente vai muito al&eacute;m da cria&ccedil;&atilde;o musical. &Eacute; preciso equilibrar produ&ccedil;&atilde;o, distribui&ccedil;&atilde;o, marketing e finan&ccedil;as de forma estrat&eacute;gica, pensando sempre na continuidade dos projetos. Esses fatores tornam a sustentabilidade criativa ainda mais relevante, pois permitem que projetos e novas vozes nacionais se mantenham consistentes e estruturados ao longo do tempo (ainda que o tempo de casa seja pequeno)&rdquo;, conclui.</div>

Marcela Silva   Divulgação (1)

Nesta sexta-feira (17), o Dia da &lsquo;M&uacute;sica Popular Brasileira&rsquo; completa treze anos desde a san&ccedil;&atilde;o da Lei n&ordm; 12.624. Ao longo das seis &uacute;ltimas d&eacute;cadas, o g&ecirc;nero consolidou-se como uma das express&otilde;es mais aut&ecirc;nticas da identidade nacional, em meio a transforma&ccedil;&otilde;es sociais e pol&iacute;ticas que marcaram os anos 1960 e 1970.&nbsp;
Desde ent&atilde;o, a&nbsp;MPB&nbsp;manteve a est&eacute;tica revolucion&aacute;ria que a tornou s&iacute;mbolo de&nbsp;liberdade e cria&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica. Os nomes que emergiram nesse per&iacute;odo, como&nbsp;Caetano, Gil, Tim Maia, Elis Regina, Gal Costa e Maria Beth&acirc;nia&nbsp;moldaram o imagin&aacute;rio musical e estenderam suas influ&ecirc;ncias at&eacute; a nova gera&ccedil;&atilde;o de brasileiros.&nbsp;
Faixas que dominaram as r&aacute;dios, programas de audit&oacute;rio e trilhas sonoras de novelas, como&nbsp;Acende o Farol, Velha Inf&acirc;ncia e Arrast&atilde;o, tomaram parte do cotidiano de todo o pa&iacute;s. Com o avan&ccedil;o das plataformas digitais, esses sucessos migraram dos vinis e CDs diretamente para o&nbsp;Spotify e o YouTube, encontrando um novo p&uacute;blico.&nbsp;
Ao redescobrir os cl&aacute;ssicos da&nbsp;MPB, os mais jovens &ndash; da&nbsp;Gera&ccedil;&atilde;o Z&nbsp;e um contingente dos&nbsp;millennials&nbsp;&ndash; encontraram um espa&ccedil;o para se expressar dentro do g&ecirc;nero, o que despertou um novo fen&ocirc;meno: a&nbsp;&lsquo;Nova&nbsp;MPB&rsquo;. Entre os nomes que transitam por essa cena, est&atilde;o consolidados&nbsp;Zai, Marina Sena, Rachel Reis, ANAVIT&Oacute;RIA e Liniker.
Atenta a esse novo cen&aacute;rio, a produtora cultural,&nbsp;booker&nbsp;e empres&aacute;ria&nbsp;Marcela Silva, explica que a&nbsp;retomada da&nbsp;MPB&nbsp;pela Gera&ccedil;&atilde;o Z&nbsp;estimulou a cena de novos talentos, contribuindo para a valoriza&ccedil;&atilde;o de artistas, espa&ccedil;os culturais e gravadoras independentes. Pr&oacute;ximo &agrave;s celebra&ccedil;&otilde;es do &lsquo;Dia da M&uacute;sica Popular Brasileira&rsquo;, a especialista afirma que as novas vozes t&ecirc;m&nbsp;ressignificado o conceito do g&ecirc;nero musical; mas que ainda trazem inspira&ccedil;&atilde;o em artistas cl&aacute;ssicos.&nbsp;
&ldquo;O consumo de m&uacute;sica pela GenZ est&aacute; criando novos moldes e transformando a&nbsp;MPB&nbsp;como conhec&iacute;amos; mesclando influ&ecirc;ncias contempor&acirc;neas aos seus versos e ritmos, o que torna o g&ecirc;nero mais plural e conectado com o momento vivido. Essa proposta, mais din&acirc;mica, se tornou s&iacute;mbolo de pertencimento e identidade. N&atilde;o estamos mais diante daqueles versos que marcaram os Anos 90, mas de releituras apaixonadas, remixes ou influ&ecirc;ncias de obras que partem de Milton Santos, Chico Buarque, Legi&atilde;o Urbana, Tom Jobim, entre outros&rdquo;, comenta.&nbsp;
Gestora de talentos,&nbsp;Marcela&nbsp;cuida atualmente das carreiras de&nbsp;Zai e Cinara, considerados dois novos expoentes da&nbsp;MPB&nbsp;e do R&amp;B&nbsp;nacional. A empres&aacute;ria, que tamb&eacute;m j&aacute; gerenciou a cantora&nbsp;Melly, entende que o mercado est&aacute; sujeito a uma&nbsp;audi&ecirc;ncia mais jovem&nbsp;e que n&atilde;o se restringe a r&oacute;tulos. &ldquo;Esse contato com a GenZ trouxe de volta &agrave; liberdade e a cria&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica famosa dos Anos 60 e 70&rdquo;, observa.
A Gera&ccedil;&atilde;o Z tem sido o maior motor de redescobertas da&nbsp;MPB&nbsp;nas plataformas digitais e nos festivais. Segundo dados rec&eacute;m-divulgados pelo&nbsp;Spotify, o&nbsp;consumo da&nbsp;MPB&nbsp;no streaming cresceu 47%, entre 2022 e 2024; sendo que deste total, cerca de&nbsp;64%&nbsp;foi liderado por jovens &ndash; com idades entre 18 e 24 anos.&nbsp;
Para&nbsp;Marcela, a febre da&nbsp;Nova&nbsp;MPB&nbsp;entre o p&uacute;blico mais jovem evidencia o&nbsp;DNA transformador do g&ecirc;nero e de seus artistas&nbsp;&ndash; novos ou remanescentes.&nbsp;&ldquo;A GenZ &eacute; uma dessas gera&ccedil;&otilde;es que vemos e pensamos logo em transforma&ccedil;&atilde;o. Eles est&atilde;o mudando os moldes do trabalho, da qualidade de vida e tamb&eacute;m do mercad&atilde;o da m&uacute;sica. E aqui temos uma parcela que n&atilde;o apenas ouvem as faixas, mas que interagem diretamente com elas, produzem conte&uacute;dos, reinterpretam cl&aacute;ssicos e lan&ccedil;am tend&ecirc;ncias que reverberam em festivais, playlists e redes sociais. Essa &eacute; a nova cara da&nbsp;MPB: plural, identit&aacute;ria e em constante movimento&rdquo;, conclui.

At&eacute; o ano de 2033, a Verified Market Reports projeta um aquecimento de US$ 800 bilh&otilde;es no mercado de produtos culturais e criativos, segundo o relat&oacute;rio &ldquo;Cultural and Creative Products Market&rdquo;.&nbsp;
Englobando os segmentos de &ldquo;m&uacute;sica e &aacute;udio&rdquo;, literatura, cinema, artesanato, moda, artes c&ecirc;nicas e conte&uacute;do digital, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) do setor se manteve est&aacute;vel, avaliada em 5,5%. Conforme o relat&oacute;rio, essa ind&uacute;stria &eacute; respons&aacute;vel por abranger profissionais de cria&ccedil;&atilde;o, produ&ccedil;&atilde;o e distribui&ccedil;&atilde;o, em um polo multiprofissional de expertises diversas.
Diante da crescente valoriza&ccedil;&atilde;o da diversidade criativa e &agrave; necessidade de m&uacute;ltiplos olhares, o cen&aacute;rio art&iacute;stico-cultural se destacou pelos avan&ccedil;os femininos. Prova disso &eacute; que 31% das mulheres j&aacute; ocupam cargos executivos nas artes; 25% administram os s&iacute;tios do Patrim&ocirc;nio Mundial; al&eacute;m de representarem 30% da for&ccedil;a de trabalho da ind&uacute;stria de jogos, segundo o informativo &ldquo;Gender Equality at the Heart of Cultural Policies&rdquo;, publicado pela UNESCO.&nbsp;
Acompanhando o aquecimento do mercado de &lsquo;cultura&rsquo; pelos pr&oacute;ximos oito anos, o setor &nbsp;tem abra&ccedil;ado o protagonismo feminino, da etapa de pr&eacute;-produ&ccedil;&atilde;o &agrave; gest&atilde;o art&iacute;stica. Inserida neste cen&aacute;rio, a empres&aacute;ria baiana e produtora cultural Marcela Silva se destacou no backstage da cultura nacional ao impulsionar artistas negros e LGBTQIAPN+, como no caso das cantoras Melly e Cinara.&nbsp;
Com um repert&oacute;rio amplo, a gestora explica que o &lsquo;olhar feminino&rsquo; se destaca em &aacute;reas essenciais (e pouco debatidas) da ind&uacute;stria art&iacute;stica, como managers, roadie, A&amp;R, ilumina&ccedil;&atilde;o, opera&ccedil;&atilde;o de som e v&iacute;deo, montagem de palco, dire&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica, cenotecnia e comunica&ccedil;&atilde;o. &ldquo;A abordagem feminina integra uma an&aacute;lise precisa das necessidades de cada projeto, otimizando a log&iacute;stica e elevando o padr&atilde;o das performances. De &aacute;reas t&eacute;cnicas &agrave; estrat&eacute;gicas, elas t&ecirc;m se tornado l&iacute;deres em aprimorar a efic&aacute;cia dos fluxos de trabalho, ajustando com agilidade as demandas t&eacute;cnicas e criativas, criando ambientes mais inclusivos e colaborativos para a produ&ccedil;&atilde;o cultural de ponta. Isso explica n&atilde;o s&oacute; o aumento da qualidade nos eventos, como o avan&ccedil;o global da cultura junto &agrave; lideran&ccedil;a feminina&rdquo;, explica.&nbsp;
Na vanguarda das transforma&ccedil;&otilde;es, a Verified Market Reports aponta para uma crescente demanda por experi&ecirc;ncias culturais personalizadas e &uacute;nicas. &Eacute; nesse sentido que Marcela, enquanto empres&aacute;ria preta, l&eacute;sbica e &ldquo;desfem&rdquo;, v&ecirc;m transformando o mercado art&iacute;stico, valorizando a personaliza&ccedil;&atilde;o e compreendendo a import&acirc;ncia de lan&ccedil;ar mais mulheres na &lsquo;ind&uacute;stria cultural&rsquo;, do invis&iacute;vel backstage aos sonhados palcos. &nbsp;
Para a manager, os m&uacute;ltiplos olhares do setor s&atilde;o uma oportunidade &lsquo;parcialmente&rsquo; explorada, com margem para transforma&ccedil;&otilde;es. Ap&oacute;s anos no mercado cultural, Marcela afirma que a inclus&atilde;o de novas perspectivas &eacute; essencial para o crescimento da categoria, na Am&eacute;rica Latina e no mundo. "Falar de diversidade sem transformar o backstage &eacute; invi&aacute;vel. A presen&ccedil;a feminina e uma cena cultural diversa s&atilde;o fundamentais para criar experi&ecirc;ncias aut&ecirc;nticas e representativas. O pr&oacute;prio mercado exige uma transforma&ccedil;&atilde;o, e estamos prontas para levar a economia criativa para al&eacute;m da previs&atilde;o de US$ 800 bilh&otilde;es, com a assinatura feminina em todos os setores da economia", conclui.

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