O Ritual 2

Com estreia marcada para&nbsp;quinta-feira (31), o terror "O Ritual" (The Ritual) traz &agrave;s telas uma nova abordagem para a hist&oacute;ria real que inspirou o cl&aacute;ssico "O Exorcista". Dirigido por David Midell e com roteiro assinado por ele em parceria com Enrico Natale, o filme se apoia em um caso documentado pela Igreja Cat&oacute;lica no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX &mdash; o exorcismo de Emma Schmidt, uma das possess&otilde;es mais not&oacute;rias j&aacute; registradas.
A trama acompanha dois padres em fases conflituosas da vida. Um deles, Padre Joseph Steiger, interpretado por Dan Stevens, &eacute; um homem de f&eacute; abalada e questionamentos internos. O outro, o experiente Padre Theophilus Riesinger, vivido por Al Pacino, carrega a responsabilidade de enfrentar novamente as for&ccedil;as demon&iacute;acas que marcaram sua trajet&oacute;ria. Quando Emma (Abigail Cowen) come&ccedil;a a demonstrar sinais de possess&atilde;o, ambos precisam deixar de lado suas diferen&ccedil;as e conflitos internos para lutar por sua salva&ccedil;&atilde;o. Tamb&eacute;m est&atilde;o no elenco Ashley Greene, Patricia Heaton e Patrick Fabian.
Assim como o cl&aacute;ssico que o inspirou, o filme percorre os caminhos t&iacute;picos do subg&ecirc;nero de exorcismo: ambiente religioso opressivo, uma jovem em estado de tormento espiritual, e a tens&atilde;o crescente &agrave; medida que a presen&ccedil;a demon&iacute;aca se intensifica. No entanto, por se basear em um caso real, "O Ritual" opta por um tom mais s&oacute;brio e contido, o que confere realismo &agrave; narrativa &mdash; mas tamb&eacute;m limita seu alcance dram&aacute;tico e sua capacidade de surpreender.
O grande destaque da produ&ccedil;&atilde;o est&aacute; no elenco. Al Pacino&nbsp;d&aacute; profundidade e autoridade ao papel do veterano exorcista. J&aacute; Dan Stevens conduz com compet&ecirc;ncia os conflitos internos de seu personagem, entregando uma performance contida, mas intensa. Abigail Cowen impressiona nas cenas de possess&atilde;o, mantendo a tens&atilde;o mesmo sem exageros visuais.
A dire&ccedil;&atilde;o de David Midell &eacute; cuidadosa e evita os clich&ecirc;s visuais do g&ecirc;nero. A sequ&ecirc;ncia de exorcismo, por exemplo, &eacute; bem constru&iacute;da e equilibrada &mdash; tensa, mas sem apelar para efeitos f&aacute;ceis ou sustos gratuitos. A fotografia escura e a ambienta&ccedil;&atilde;o religiosa refor&ccedil;am o clima opressivo que permeia o longa.
No fim das contas, &ldquo;O Ritual&rdquo; &eacute; um filme equilibrado, que cumpre sua proposta de forma honesta, mas sem marcar territ&oacute;rio no g&ecirc;nero. Sua maior for&ccedil;a est&aacute; no comprometimento com a realidade dos fatos que o inspiraram e na solidez das atua&ccedil;&otilde;es. Uma obra &ldquo;ok&rdquo;, que deve agradar aos f&atilde;s de terror tradicional e religiosos curiosos, mas que dificilmente ser&aacute; lembrada como algo marcante.
NOTA: 3.5

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Crítica: “O Ritual” entrega terror contido e atuações sólidas para contar história real

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