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CRÍTICA: "Confinado" entrega terror psicológico com alto nível de investimento

CRÍTICA: "Confinado" entrega terror psicológico com alto nível de investimento

Por Robson Cobain

29/05/2025 às 08:00

Atualizado em 29/05/2025 às 10:14

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Não é de hoje que se escutam histórias de pessoas que, ao passar por problemas financeiros, procuram uma saída "fácil", mas que na prática tem grades consequências. Em "Confinado", do diretor David Yarovesky e roteiro de Michael Arlen Ross, você vai acompanha um desses momentos, protagonizado por Bill Skarsgård. 


"Confinado" é uma obra totalmente angustiante e envolvente, que reinventa o terror psicológico dentro de um espaço mínimo. O longa é baseado no curta espanhol "4x4" e consegue ir além da proposta do original, levando o enredo a explorar com mais profundidade a complexidade emocional do protagonista e as perversidades de seu captor, que se apresenta como William, interpretado de maneira magnifica por Anthony Hopkins. Ele ainda consegue superar a produção de "A Jaula", versão brasileira do mesmo curta, que também apresenta uma ótima trama, mas com orçamento mais tímido e ainda assim muito bem produzido.


Dirigido com pulso firme, o filme entrega um ótimo terror psicológico, fazendo bom proveito do investimento em tecnologia — especialmente ao transformar a SUV em um verdadeiro instrumento de tortura moderna. Cada função automatizada do carro, cada resposta fria e calculada de William, o justiceiro, contribui para uma tensão crescente e claustrofóbica. A direção de arte e o design de som se destacam por mergulhar o espectador na sensação de aprisionamento e desespero vivida por Eddie.


Bill Skarsgård oferece uma performance visceral e emocionalmente crua como Eddie, um homem comum empurrado ao limite. Sua atuação transmite com precisão a escalada de medo, culpa e instinto de sobrevivência, tornando impossível não se conectar com sua vulnerabilidade, mesmo que suas escolhas iniciais sejam moralmente questionáveis.


"Confinado" não apenas prende o personagem dentro de um carro — prende também o público num jogo perturbador de gato e rato, onde os papéis de vilão e vítima se embaralham constantemente. É um filme que provoca, choca e obriga à reflexão, ao mesmo tempo em que entretém com intensidade. Uma adição surpreendentemente eficaz ao gênero, que prova que o verdadeiro terror não está apenas nos monstros, mas nas consequências dos nossos próprios atos.


Nota: 4/5


Confira o trailer:


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