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"Festival Afrofuturismo – Ano VII" encerra circuito em Salvador

"Festival Afrofuturismo – Ano VII" encerra circuito em Salvador

Por Redação

10/12/2025 às 10:50

Imagem de "Festival Afrofuturismo – Ano VII" encerra circuito em Salvador

Foto: Rc Fotografia

Deixando um legado de arte, cultura e estética afrodiaspórica em Salvador, a 7ª edição do Festival Afrofuturismo se despede do Centro Antigo com novidades para o ano de 2026! A ‘pocket edition’ movimentou a capital no mês de dezembro, encerrando as atividades do Salvador Capital Afro, com a presença de autoridades ganesas e cabo-verdianas em um intercâmbio entre Brasil e África. 

Sob o tema desta edição, os ‘Ancestrais do Futuro’ tomaram conta do Pelourinho, transformando a região em uma verdadeira experiência afrofuturista. Milhares de baianos e turistas puderam curtir dois dias intensos de programação; foram 14 painéis e 15 talks; premiação hackathon, desfile de moda cyberpunk e afrofuturista, Feira de Empreendedorismo, Stands de Startups, além de ativações especiais do SEBRAE. 

Antes mesmo do início do festival, as boas-vindas aos participantes foi marcada por um ‘desfile de moda cyberpunk + afrofuturista’, com peças disruptivas e criativas da artista e pesquisadora Eloyá Amorim, que trouxe componentes eletrônicos e de alumínio em uma proposta que une tecnologia e identidade. 

Neste ano, o festival reuniu 44 palestrantes, sendo 41 nacionais e três internacionais, entre pensadores, artistas, cientistas e ativistas; contabilizando mais de 13 horas de programação formativa, artística e afrocentrada. As atrações musicais também se destacaram nesta edição, trazendo Samba de Lua, Os Negões, Samba Comigo, Dj DMT, DJ Branco e a festa “O Pente”, com o norte-americano Amar Mansoor, o nigeriano Dami Faladé, Tia Carol, Lunna Montty entre outras.

A programação de discotecagem, samba e reggae também trouxe Samba Comigo; DJ Branco; Filhos do Congo; Time Punanny + Experiência Jamaica e Maracatu Ventos de Ouro. Outra novidade do Festival Afrofuturismo ficou por conta da artista Brisa Okun, que ministrou a experiência com dança ‘Mexendo Pelve’ – sucesso da nova edição. 

Já nas trilhas de tecnologia, moda, inovação, finanças e empreendedorismo, a line de palestrantes contou com a expertise de Mônica Anjos, Isa Silva, Fau Ferreira, Monique Evelle, Najara Black, Danielle Pires, Robson de Jesus, Everton Machado, Midiã Noelle, Naiara Oliveira, Meire Oliveira, Nina Silva, Cinara Santos, Maihana Cazuquel, Diosmar Filho, Mel Campos, Saulo Montrond, Marcos Jamir, Cleidson Marques, Ricardo Silva, Jefferson Pereira, Lucas Fernando, Igor Miranda, Zamba e Felipe Aragão.

O painel principal foi conduzido pela homenageada da edição, Grazi Mendes, que é pesquisadora, referência em diversidade e autora do livro ‘Ancestrais do Futuro - Qual a Mudança que seu Movimento Alcança?’; que inspirou o tema desta edição. A escritora mineira, reconhecida internacionalmente pela Most Influential People of African Descent (MIPAD), destacou a responsabilidade de construir um futuro mais brilhante, possível e para mais pessoas. 

Além da presença de Grazi, a gestora de afroempreendedorismo do SEBRAE, Fau Ferreira, esteve presente durante à conferência. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas contemplou um Espaço de Ativação com distribuição de brindes; além da parceria com a Feira de Startups, que promoveu produtos, serviços e soluções transformadoras para uma audiência interessada em inovação, impacto social e futuro.

Entre as Startups baianas, estiveram presentes: Points, Tig Tecnologia e Inovação, Seclick, Ecociclo, Lei das Marias, Aimotech, Waterpin, Cicle Bags, Infrugy, Quero ser Interpréte, BiciPreta, ÓiaFia, e outras. Em paralelo aos painéis, talks e stands, o Ano VII do Festival Afrofuturismo também trouxe a Feira de Empreendedorismo, que reuniu dezenas de empreendedores de várias regiões de Salvador.

De acordo com o idealizador do Festival Afrofuturismo e cofundador do Hub de inovação Vale do Dendê, Paulo Rogério Nunes, “O apoio do SEBRAE foi fundamental para que a gente pudesse levar conceitos sofisticados de inovação e futurismo de maneira gratuita para a Pelourinho, beneficiando a população local e turistas de todo o mundo”, explica.

“Somos a maior plataforma brasileira e da América Latina que discute esse tema do futurismo com a lente da diversidade. Celebramos o tema Ancestrais do futuro, falando não apenas dos nossos ancestrais, que vieram antes de nós, mas também do legado que nós deixaremos para as próximas gerações, falamos em futuridades. Esta é uma edição histórica; um movimento para conectar pessoas que pensam inovação e tecnologia em um lugar diferente", complementou o idealizador. 

Na premiação do Hackathon, estudantes de escolas públicas e  universitários apresentaram projetos com foco em soluções para mudanças climáticas, desenvolvendo aplicativos, softwares e programas inovadores voltados à prevenção de desastres ambientais e ações da Defesa Civil. Integrando tecnologia e inovação, os vencedores da edição foram as equipes Impact Coders (1º lugar/UCSAL); Guardiões do Clima (2º lugar/Escola Municipal Comunitária da Histarte) e o time da Eco-Bytes (3º lugar - IFBA/UCSAL). 

Outro painel de destaque foi conduzido por autoridades internacionais, como Saulo Montrond, do canal africano TVA, e Marcos Jamir, da AFRICANDEV, com mediação da jornalista Midiã Noelle. A mesa “Panafricanismo, mídia e negócios” aprofundou a relevância das conexões econômicas e simbólicas entre países africanos e a diáspora, aponta caminhos para fortalecer redes de comunicação e modelos de negócios alinhados a uma visão pan-africana do futuro.

Crédito:  Rc Fotografia

Crédito: Rc Fotografia



As atenções também se voltaram para o painel da trilha de sustentabilidade, “Como Descolonizar o Debate sobre Meio Ambiente”, com Diosmar Filho, Danielle Pires e Fábia Carvalho. Na trilha de empreendedorismo, o destaque ficou para a mesa “Empreendedor sem Fronteiras: o Desafio de Empreender em Outros Territórios?”, com Robson de Jesus, Maihana Cazuquel e Najara Black em uma abordagem tripla sobre barreiras e oportunidades de internacionalização para empreendedores negros. 

O público também pôde conferir a mesa com Fau Ferreira, Cinara Santos e Nina Silva, que estiveram à frente da discussão “Futuro Negro: Investimento, Tecnologia e Novas Narrativas”. À fim de ampliar os olhares sobre inovação e mercado, o debate trouxe o poder da tecnologia e do storytelling como ferramentas de impulso para reposicionar pessoas negras no centro das decisões. 

Para encerrar a edição de 2025 com ‘chave de ouro’, o Festival Afrofuturismo foi palco de uma programação surpresa na Casa Vale do Dendê, que recebeu o representante do povo Haussá, em Gana, Abubakar Ali; o lançamento do livro ‘Vamos Falar de Futuro’, de Paulo Rogério Nunes; além da divulgação oficial do tema da edição para 2026 “Algo-ritmos das Florestas”. 

“Algo-ritmos das Florestas” anuncia nova edição para 2026

Segundo Paulo Rogério Nunes, o tema da edição de 2026, “Algo-Ritmos das Florestas”, propõe uma leitura afrofuturista da relação entre tecnologia, natureza e ancestralidade. A expressão surge da fusão entre algoritmos, que representam a lógica digital com a inteligência artificial e sistemas computacionais; somados aos ritmos e fluxos das florestas e matas, que evocam música, movimento e a sobrevivência da humanidade. “A ideia central é reconhecer a natureza tecnologia como um sistema computacional ancestral com seus processos e sistemas orgânicos e espirituais”, explica. 

O idealizador do Festival explica que as florestas devem ser entendidas como espaços vivos e interconectados, arquivos naturais de memória ancestral e redes orgânicas, funcionando como algoritmos naturais que relacionam biodiversidade, energia e saberes tradicionais. A temática, inspirada no Norte do Brasil e na COP30,  busca repensar a tecnologia como continuação da natureza e criar sistemas digitais mais sensíveis à ancestralidade e à experiência humana; unindo ciência, cosmologia africana e indígena e inovação em uma perspectiva de ecologia mística. 

“Hoje falamos muito sobre Inteligência Artificial, mas precisamos falar dessa inteligência Ancestral e biológica que nos trouxe até aqui. Cada bioma preservado é um algoritmo que se mantém vivo. Não há nada mais tecnológico que as florestas, um ecossistema complexo e sofisticado de preservação da vida”,  conclui Paulo. 

Iniciativa do Hub de Inovação Vale do Dendê, o Festival Afrofuturismo Ano VII contou com o patrocínio da Prefeitura de Salvador e integra as festividades do Salvador Capital Afro; apoio institucional do SEBRAE e do Hospital Albert Einstein e parceria de captação da Casé Fala.

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